segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Superendividamento da Classe Média



Autores: Darlan Barros, Maria Ivamária, Lucas Diniz Morais, Uilma Marques Mendes e Vanda Souza
Alunos do curso de Gestão Pública do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF

Introdução
Após a ascensão de uma nova classe média no cenário social brasileiro, têm-se notado um crescimento da inflação, sendo esta uma preocupação para o atual governo. O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, coloca o aumento inflacionário como um desafio para governo federal em 2011. O controle da inflação mostra-se necessário para que o Brasil tenha condições de crescer nos próximos anos.
O aumento da inflação ameaça também a nova classe média, que cresceu nos últimos anos favorecida pelo aquecimento da economia e o aumento na oferta de crédito. Concomitantemente, as classes têm-se endividado para manter o nível de qualidade de vida, acarretando uma perda de poder de compra e o superendividamento.

A Dívida
Após o crescimento econômico vertiginoso da classe média brasileira, chegou o momento em que atitudes tomadas anteriormente apresentam as suas conseqüências, sejam elas de caráter positivo ou negativo, e muitas vezes preocupante. Certamente o endividamento acelerado desta classe, gera um desconforto para a economia e tanto especialistas assim como órgãos competentes atentam para o controle imediato desde problema.
            Segundo matéria publicada no jornal Correio Braziliense, 24% da população brasileira, o que representa quase dois terços de toda população, estão endividadas. Com o aumento do poder de compra e um maior acesso ao crédito, as famílias passaram a ter uma significativa mudança no estilo de vida, sendo a maior dificuldade manter o mesmo padrão de qualidade de vida.
            Os maiores vilões de tal aumento são os juros e a inflação em alta – outro problema a ser enfrentado, minimizando as possibilidades de ajustes no orçamento.
O maior percentual dos débitos decorre das dívidas adquiridas junto aos cartões de crédito, chegando aos 71,5%. A facilidade e a pré aprovação do crédito concedido por esta modalidade, tem facilitado o descontrole financeiro do consumidor, que não é orientado sobre como se deve usar esta ferramenta. Em março deste ano, a dívida das famílias com as administradoras de cartões chegou aos R$97,4 bilhões, somando todas as contas devidas, mais os juros por estas decorrentes.
Embora seja o topo da lista da inadimplência, os cartões de crédito não estão sozinhos. Outras modalidades de crédito pessoal compõem o preocupante quadro. Diversos são os motivos de preocupação quanto ao endividamento exarcebado da população. Com o intenso ritmo de consumo, a classe média acostumou-se com um padrão de vida superior, que, com o tempo, passou a exigir mais recursos para serem supridos.
             Dentre os diversos motivos apresentados e existentes, o superendividamento do consumidor brasileiro, também baseia-se em questões relacionados com a ausência do planejamento dos gastos, a devida falta de consulta e de orientação dos consumidores, para os órgãos de proteção do consumidor do Brasil. Existe uma grande facilidade nas ofertas de créditos aos consumidores em geral, causando amplo descontrole em seus orçamentos, bem como a ausência de preocupação na hora de assinar contratos que oferecem créditos fáceis.



Sabe-se que parte do endividamento é para equilibrar o orçamento doméstico e não para aumentar o consumo. Neste sentido, o governo tem tomado algumas medidas para controlar o endividamento da população e também o aumento da inflação.
Na circular nº 003512 do Banco Central, está decidido que o pagamento do cartão de credito devera obedecer a um limite mínimo de pagamento, sendo correspondente a 15% a partir de 1º de junho de 2011 e posteriormente aumentado para 20% a partir de 1º de dezembro de 2011. Esta medida torna clara a intenção de orientar o consumidor aos cuidados necessários com a saúde financeira pessoal.

Conclusão
Com a situação de endividamento da população brasileira, principalmente da nova classe média – que representa quase metade da população do país, foi aceso o alerta vermelho para o governo.
Medidas para frear o consumo, limitar o crédito fácil, e estabilizar a inflação, são ações que podem prevenir uma atual crise no sistema econômico brasileiro.
Agora o desafio da gestão é aliar a continuidade do crescimento desta classe, porém prevenindo os possíveis acontecimentos que venham a desestabilizar o crescimento, tornando-o real.
A prevenção de um cenário de economia descontrolada, através medidas tomadas em esferas do alto comando como as tomadas pelo Banco Central, para terem um total êxito, também devem ser aliadas a programas de conscientização do uso do crédito, para que assim a população também ajude de forma positiva o crescimento da economia, sem que para isso tenham que pagar o alto preço da inflação, dos juros exorbitantes e do superendividamento com a sua decorrente perda no poder de compra e diminuição da qualidade de vida.


Referências

24% das famílias no vermelho. Correio Braziliense., 19  mai. 2011: Finanças Pessoais, p. 16.
CARVALHO, Bruno. Entenda Alta dos preços corrói a nova classe média. Sindilojas. Disponível em: . Acesso em: 26 de maio 2011.
MOREIRA, Denis. A Nova Classe Média: A Sua Empresa Está Preparada Para Se Comunicar. Consumidor Moderno São Paulo: Grupo Padrão, nº 157, p. 44 – 79, abr. 2011.

1 comentários:

Servidora disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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